Governo federal reconhece situação de calamidade pública em São João Batista

Enchente do dia 1º de dezembro foi a maior já registrada no município, deixando rastro de destruição em residências, prédios públicos, infraestruturas urbanas e empresas

 

O Governo Federal, por meio da Portaria n° 3.485/2022, homologou nesta terça-feira (06/12) a situação de calamidade pública no Município de São João Batista. O documento foi emitido devido aos estragos causados pela enchente do dia 1º de dezembro, considerada a maior já registrada na cidade. As inundações afetaram, de forma direta e indireta, aproximadamente 30 mil pessoas, ocupando quase 85% do território batistense.

Mais de duas mil pessoas tiveram de ser resgatadas, algumas de forma dramática, de suas residências. Em menos de 24 horas, o nível do Rio Tijucas subiu seis metros, chegando ao ápice de 9,16 metros. Durante o atendimento das ocorrências, que contaram com o apoio de equipes de resgate e de voluntários, foram utilizados botes, motos aquáticas, jipes, caiaques e helicópteros, inclusive alguns enviados por empresários da região.

Mais de duas mil pessoas ficaram temporariamente desabrigadas, sendo levadas a abrigos institucionais disponibilizados de forma emergencial pela Prefeitura Municipal. Cerca de 10 mil se alojaram em casas de parentes ou conhecidos. Nos dias seguintes, à medida que as águas começaram a baixar, a maior parte das famílias retornou às suas residências, mesmo que, em diversos casos, tenham perdido quase tudo.

Cinco dias depois da tragédia, 50 pessoas permanecem alojadas nos dois abrigos institucionais ainda em funcionamento, incluindo algumas das que foram retiradas preventivamente da localidade de Macaco Branco por risco de deslizamentos. A enchente também trouxe enormes prejuízos às empresas da cidade, que tem como motor econômico a indústria calçadista. Algumas empresas perderam todo o seu maquinário e seu estoque.

Além disso, o evento climático ocasionou estragos em mais de 15 prédios públicos e 60 infraestruturas urbanas (pontes, vias, sistemas de drenagem, entre outros). Conforme destaca a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, o reconhecimento da situação de calamidade pública por parte do Governo Federal é fundamental para requerer recursos que possam viabilizar a reconstrução de São João Batista e também auxiliar a população atingida.

Para que ocorresse a homologação, uma equipe de profissionais da Prefeitura Municipal, com o apoio da Defesa Civil do Estado, elaborou um processo com todas as informações sobre os danos gerados pela enchente. A documentação incluiu fotografias dos locais atingidos, mapeamento das áreas de risco, imagens aéreas da cidade durante a inundação, além do levantamento dos danos causados e estimativas dos valores necessários para a recuperação das áreas afetadas.